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Taiana's avatar

que lindeza de texto, Lori. se a morte é não dizer mais nada, é também seguir vivo pela palavra do outro. de repente ela segue um pouco viva em ti, a única outra menina da família, e alguém cuja vocação é continuar a contar histórias.

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Aline Alcoeres's avatar

eu acho que criança não foi feita pra morrer, tá errado quando acontece e fica aquele engasgado impedindo a gente de agir direito. eu entendo quem não consegue lidar, até a criança morta vai atrás do futuro prometido e passa um tempo admirando a prima que ficou.

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65|10's avatar

Eu acho que suaprma segue viva, bem viva, na sua escrita. Ninguém morre enquanto tem alguém pra contar história.

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Michele Queiroz's avatar

"a morte é não dizer mais nada" e sentir tudo. Foi o que pensei ao ler seu texto. Mesmo que a morte seja um tabu, de várias maneiras, e que não se fale sobre, Sentimos tudo!

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Lorena Portela's avatar

acho que quando eu cresci, talvez por conta desse episódio, não sei, decidi falar sobre a morte o tempo todo.

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Michele Queiroz's avatar

Sim! Também pensei que suas obras são marcadas por essa fala e sentimento. Como é valioso poder falar (e ler) o que sentimos. Obrigada

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Denise Scharff's avatar

A tristeza escrita por você é tão linda.

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Jeanice Rodrigues Ferreira's avatar

Triste isso, mas bonito ela vir te visitar. E é quando somos crianças que vemos essas coisas.

Quando cresceu você soube como ou pq sua prima morreu?

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Lorena Portela's avatar

sim, eu soube o que aconteceu no mesmo dia. sem detalhes, mas soube.

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Cayo Gomes's avatar

Que bom que você falou.

Meu coração ficou com sete anos.

Meus pêsames tardios, Lorena.

A morte fica viva por muito tempo, por isso ainda é tempo de dar meus sentimentos. Meus mais pesados sentimentos.

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Stéfane Goulart's avatar

“Morrer é nunca mais ser um assunto”. Que texto brutal e, sim, maravilhoso. Sou absolutamente encantada pela cultura brasileira, mas esse é um dos traços de que menos gosto: a forma como lidamos com a morte. Acredito que agora sua prima exista um pouco mais, por meio das suas palavras.

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Lucia Freitas's avatar

Há divergências, cara colega.

Cheguei aqui por conta da Jana Viscardi, no texto sobre feminismo e vim fuçar pra ver do que se trata. com esse texto tu provavelmente ganhou mais uma assinante. Apresentação: sou LuFreitas, uma véia (à beira dos 60) com cara de não tão véia, jornalista, blogueira, interneteira, ex-agitadora.

Voltando às divergências. Morrer sim, é fim, é não dizer mais nada. Desde que você queira sumir. Conheço uma mulher, a Ana Michelle Soares, que morreu no começo do ano passado, que está mais que presente aqui, no coração e mente de muitas mulheres e homens. Me diz se bell hooks tá morta, irmã. Não, né? Então. A sua prima, tadinha, tá morta porque morreu cedo, não deu tempo de deixar marca.

E fiquei tão curiosa pra saber a história dessa morte que nem te conto. Coça mais que a tatuagem que está cicatrizando aqui.

Obrigada pela newsletter viu? Votos de vida longa e próspera.

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Sofia Botelho's avatar

Meus sentimentos para a Lorena de hoje e para a criança que você foi. Seu texto me lembrou muito "Relatos de um certo Oriente", do Milton Hatoum, no qual a protagonista passa por uma experiência semelhante quando criança e vai atrás na vida adulta desses silêncios, alagamentos e da melodia da infância.

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Sofia Botelho's avatar

Obs: Era para ter escrito "apagamentos", mas talvez alagamentos também façam parte dessa experiência.

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